Eu não sei sobre você que está lendo essa postagem, no entanto às vezes sinto há medo entre roteiristas/escritores em fazer histórias centradas em um único personagem. Já me questionei diversas vezes sobre isso (principalmente em relação ao cinema) e sobre a necessidade constante de ter uma trupe ao lado do personagem principal para que outros leitores/espectadores se identifiquem com algum deles.
Astronauta: Magnetar vai totalmente contra isso.
Ela é a história de um homem solitário que luta pela sobrevivência e a necessidade de manter a sanidade quando uma missão dá errado e ele está preso no silêncio ensurdecedor do espaço.
Página após página eu me vi quase que obrigado a gostar desse personagem, talvez por eu não ter alternativa, talvez por me sentir tão preso e angustiado quanto ele, talvez simplesmente por ele ser um ótimo personagem. Interessante como a graphic novel consegue passar um clima claustrofóbico e angustiante de sobrevivência sendo que ela nem é uma aventura de terror ou horror psicológico. Pra todos os fins, Magnetar é mais fantasioso do que realmente científico.
Eu não deveria te convencer a ler a obra de Danilo Beyruth. Se o nome ou traço dele já não te convenceram, se a trama estilo “Perdido Em Marte” não te convenceu, se as cores impecáveis de Cris Peter não te convenceram... Nada que eu escrever aqui vai te convencer, porém se posso dizer uma coisa sobre esse trabalho é que eu gostaria de ver histórias assim com maior frequência. Uma HQ que não enche as folhas com diversos personagens apenas com medo de você não gostar do principal.
Eu quero mais histórias que, mesmo contendo um único personagem, o autor saiba fazer eu me apaixonar por ele. E Astronauta: Magnetar... é um quadrinho assim.
ISBN 978-85-6548-441-1 | Páginas 82 | Livro Único | Nota 4/5
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